Como se tivesse sido programado, Marcelo chegou atrasado para a primeira aula da nova escola, escolheu o único lugar vago e viu sua vida virar do avesso. Tendo como pano de fundo a história de uma das bandas mais conhecidas da nova cena punk brasileira, o leitor vai descobrir que a vida de Marcelo, que tinha tudo para ser um desastre, se transforma em uma seqüência de fatos pitorescos e inusitados. Com um final comum, porque a vida é assim, o sabor desta história está no recheio, que mistura fantasia com realidade para retratar uma época de grandes mudanças.
Tudo é velho agora. Eu tenho rolhas de vinhos que tomei esses dias, datadas de 15 anos atrás. Livros de 2006 que ainda não li, datados também, com meu nome em cima. Tenho filhos grandes, alguns empregos no currículo, lembranças que se confundem. E me confundem. Acho que datados não são os livros, ou as rolhas de vinho. Datado sou eu. Mas não me sinto assim, o que provavelmente é bom. Ou talvez patético. Fiz uma tatuagem nova outro dia. A tatuagem é nova, os temas antigos. Bandas que gosto há mais de 30 anos, um livro que escrevi há mais de 10. Tudo é velho agora. Os souvenires, os quadros, os móveis e principalmente os uísques. Os uísques são muito velhos, mas já foi-se o tempo em que todos eram mais velhos que eu. Hoje em dia nem todos, só os melhores. Talvez esse seja o segredo, ficar datado como os melhores uísques, não como os piores discos. Envelhecer, sei lá, mais como um Macallan do que como o Momentary Lapse of Reason. Falando em Momentary Lapse o Reason, o Pink Floyd
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