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Mostrando postagens de setembro, 2015

Um presente para o futuro

Certa feita estava assistindo a uma palestra do economista Eduardo Giannetti, grande autor de livros que versam sobre temas dos mais variados, como o genial “Auto-Engano”, sobre nossa capacidade de mentir para nós mesmos para tornar nossa vida mais fácil, e potencialmente menos produtiva. Na palestra, que não tinha nada que ver com o livro citado (só o fiz porque realmente gosto da obra), ele soltou uma frase um tanto óbvia, mas tão precisa quanto um matemático russo, sobre o povo brasileiro, que nunca mais esqueci. Nada nos define tão bem como a frase “não estamos dispostos a sacrificar um milímetro do nosso presente em benefício de um futuro melhor”. Está aí, o povo brasileiro em uma frase. Brasileiro em geral não joga xadrez. Não porque é menos inteligente que outros povos, ou qualquer coisa que pensem por aí, mas jogar xadrez significa pensar pelo menos duas jogadas a frente, e nós estamos apenas preocupados em comer o peão que está diante de nós. Ou a peoa, para não pensare

Sobre chuva de sapos e um menino sírio

O cinema, como em muitas vezes, especialmente em situações complicadas, nos ajuda a entender o que acontece na vida de verdade. Boa parte das vezes nos levando aos extremos. Quem lembra do filme Magnólia, de1999, não deve ter se esquecido da famosa cena da chuva de sapos. O filme é uma coletânea de absurdos aos quais estamos acostumados e, de verdade, não achamos mais absurdos. A cena é o resumo perfeito de todo o resto do filme. Um dos personagens está dirigindo seu carro quando começa a chover sapos. O estranhamento dura poucos segundos, para logo em seguida as coisas voltarem ao normal. Sem sustos, sem questionamentos. Estamos anestesiados. O oposto total é belamente retratado no filme A espera de um milagre, curiosamente do mesmo ano de 1999. O personagem de Michael Clarke Duncan é um presidiário no corredor da morte, falsamente acusado de assassinar duas crianças, e supostamente com poderes sobrenaturais, especialmente o de cura. Em uma explicação muito tosca, ele é uma