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Mostrando postagens de maio, 2011

A Caminhada

Antes do pequeno chegar, toda vez que íamos para a praia, minha querida e eu escolhíamos um dia para a caminhada. Na verdade caminhávamos todos os dias, mas um deles era reservado para "a" caminhada. Era uma caminhada definidora. Uma caminhada estratégica. Nela decidíamos o rumo da vida da nossa família, até então composta apenas por nós dois. Foi numa dessas caminhadas que decidimos que nossa família não seria mais composta apenas por nós dois. E o pequeno chegou. Essa foi a decisão mais importante de todas, mas não foi a única tomada em nossas caminhadas na areia. Decidimos por construir uma casa ao invés de mudar de apartamento, decidimos que era hora de eu mudar de trabalho, decidimos viajar para o exterior algumas vezes e assim por diante. Bom, decidimos também ganhar na loteria, mas essa decisão até hoje não deu certo. Nem todas deram. Agora, dois anos e três meses depois da chegada do pequeno, cá estamos novamente. Minha querida dorme ao meu lado enquanto escrevo e a

Aposta

-           Oi, eu sou o teu anjo da guarda. -           Hum? Como? -           Teu an... Sabe do que? KABUM -           Uow, o que foi isso? -           Para provar de uma vez. Não estou com paciência para ficar te convencendo. -           Como é que você fez isso? -           Já falei, sou teu anjo da guarda. Aliás, já pedi transferência mas o chefe não aceitou. Quer testar os meus limites. -           Como assim transferência? -           De você. Não aguento mais, você dá muito trabalho. -           Que trabalho? Você está louco? Não pratico nenhum esporte radical, não transo sem camisinha, sou tranquilo no trânsito, não uso drogas, não assisto Big Brother. -           Ah é? E essa porcaria que você pede toda noite para comer em casa? Tem ideia de quantos pneus de moto eu já furei, de quantas máquinas de cartão eu já quebrei e de quantas vezes tive que trocar o teu endereço? -           Então foi você? E eu achando que era o cara mais azarado do mundo. -           Azarado sou eu, d

Uma mãe digna de Cannes

Minha primeira viagem à França foi em 1997. Meu pretexto era um congresso mundial em engenharia biomédica, tema do meu mestrado nunca concluído. Minha primeira saída do Brasil. Minha primeira viagem de avião. Como companheira de viagem, com o pretexto de não me deixar cair em nenhuma enrascada, minha mãe. Uma baita companheira de viagem, diga-se de passagem. Enquanto eu encarava as várias palestras dos 3 dias de congresso, dei à minha velha a nobre missão de filmar alguns topless da praia de Nice, a espetacular cidade litorânea da famosa Cote D´Azur. E ela filmou. Vários. Mãe é mãe. Meu filho também tem uma mãe, minha querida Tati. Quando a vejo se desdobrando para agradá-lo, sem um pingo de mau humor, lembro daquela viagem. Quando lembrei essa história, já pai e tendo testemunhado de perto a ralação diária de uma mãe dedicada, liguei para a minha pedindo desculpas. Ela não entendeu nada. Para todas as mães e futuras mães, meu mais profundo respeito e consideração, agora com a propr