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Mostrando postagens de novembro, 2007

Já volto ...

Amigos leitores, devido a uma série de mudanças radicais em minha vida (travesseiro novo, mudança no enxoval de meias e uma pinta nova que apareceu aqui atrás do ombro) vou dar um tempo nos meus escritos. Prometo que volto logo, daqui a umas quatro ou cinco semanas. Enquanto isso eu sugiro algumas coisas, como largar o mouse e sair para ver o sol, comer um sanduíche de pernil da mineira, falar mal do Lula ou até mesmo ler outras coisas mais interessantes. Mas não esqueçam de mim, pois espero sinceramente encontrá-los por aqui quando voltar. Todos os três, por favor! Abraços

Crochê e Dominó

Doutor Bragança acordou cedo naquele dia. Tinha desses nomes Imperiais afetados, mas era pessoa simples e de boa lida. Era simples até para acordar. Sem estardalhaço rolava para o lado da cama, calçava seus chinelos de couro velho e ia fazer o primeiro xixi do dia. Fazia muitos, coisa da idade que andava beirando os oitenta. Conheceu Dona Genalva quando já não tinham mais os dentes próprios, no banco da praça. Ele jogava dominó na mesinha com seu companheiro de todos os dias, o Seu Armindo, enquanto ela mexia agitada as agulhinhas de crochê. Fazia muito tempo que estavam de flerte, parece que uns três ou quatro dias (muito tempo nessa idade é contado em dias), quando o distinto Doutor Brangança finalmente tomou coragem, caminhou lentamente até o banco onde estava a Dona Genalva, pediu licença para sentar-se a seu lado e iniciou um longo papo, que durou mais de ano. Casaram-se logo, pois não tinham tempo a perder. Iam todos os dias à praça e, quando ele cansava de jogar, gritava para

Canecas

Em casa, Marco e Lili não têm condições de receber mais do que meia dúzia de pessoas para um jantar, faltam talheres, pratos e, principalmente, lugares à mesa. Entretanto, se um número absurdamente grande de amigos e parentes resolverem aparecer ao mesmo tempo para tomar um boa caneca de café, as têm para todos. Já improvisaram um pendurador de metal para elas, mas tanto este quanto os armários continuam enchendo. Eles têm de todos os tipos, a saber, das de viagens, das com mensagens de amor, das engraçadinhas, das de propaganda; têm até uma na qual se pode escrever recadinhos com uma caneta especial. Elas não param de chegar, é como se fossem programadas para acabar na casa do casal. Marco às vezes desconfia que no silêncio da noite, com insônia causada pela cafeína, elas se reproduzam. Safadas estas canecas. Marco e Lili têm problemas também quando alguém viaja. Como já criaram a fama de colecionadores, a cada vez que um conhecido escapa de férias ou a trabalho, uma ou mais os são da