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Mostrando postagens de 2014

Ex piá de prédio

Um ano de casa nova, o que para mim significa meu primeiro ano morando fora de um apartamento. Eu sei, sou piá de prédio, empinava pipa no ventilador, fazia acampamento no carpete da sala e tal. Não precisa falar. Mas isso mudou. Maridos de aluguel, tremei! Não precisamos mais de vocês. Agora eu tenho furadeira (emprestada do sogro tá bom, mas tenho) e já descobri que existem brocas para diferentes tipos de superfície. Eu limpo a piscina, faço pequenos consertos na cisterna, na bomba d´água, em instalações elétricas (e não estou falando de trocar a lâmpada engraçadões), molho a grama e, pasmem, lavo o carro. Sim, eu lavo o carro com a ajuda imprescindível dos meus dois meninos. Com água da chuva, é claro, devidamente armazenada, afinal, somos ecologicamente corretos, o que significa que em Curitiba é obrigatório a ter cisterna para água da chuva senão a prefeitura não aprova o projeto da casa. Mas a principal mudança, a que me qualifica definitivamente como um homem, digamos

A copa já era

“A Copa já era”, “O país vai explodir em 2015”, acabo de surfar por menos de 3 minutos pelo Facebook e dou de cara com posts deste tipo. Apesar de ter muito pouco tempo disponível para qualquer coisa que não seja minha querida, meus pequenos, meus trabalhos, minhas leituras, minhas músicas, minhas escritas e minha tentativa patética de jogar tênis uma vez a cada lua cheia de ano bissexto, faço questão de estar no Facebook. Tenho uma série de motivos para isso, mas tenho certeza que isso não te desperta nenhum interesse. Mesmo tendo decidido estar por aqui, não quer dizer que acho tudo o que publicam bacana, correto ou minimamente adequado. Tudo bem, todo mundo tem opinião, mas poxa vida, pense meio segundo antes de publicar qualquer coisa, pelo amor de deus. Veja bem, não estou radiante com a copa e não tenho certeza se 2015 vai ser um ano bom ou não, mas a copa já era? O país vai explodir? Tenha dó. Entenda uma coisa, por favor, a copa, goste você ou não, vai acontecer. Te

1001

Estou vendo uma pilha de livros aqui no meu escritório. Estão todos no chão, onde ficarão por anos, ou para sempre. Aliás, essa pilha em especial me indica que eu vou durar para sempre, mesmo sabendo que não vou. São cinco livros, 1001 filmes que eu tenho que ver antes de morrer, 1001 discos que eu tenho que ouvir antes de morrer, 1001 vinhos que eu tenho que tomar antes morrer, 1001 comidas que eu tenho que experimentar antes de morrer e 501 grandes escritores que eu tenho que ler antes de morrer. O pessoal sabe que a gente é ruim de leitura e pegou mais leve. Fiz umas contas aqui, e cheguei à conclusão que não vai dar nem para ler estes cinco livros antes de morrer, quem dirá fazer tudo o que eles ordenam. Se a dona morte levar isso ao pé da letra, pronto, achei a receita da vida eterna. É só comprar dois ou três destes livros. Tudo resolvido. Até o final provavelmente vou ter comido, sei lá, um terço do livro de comidas, bebido uns 10 dos 1001 vinhos, assistido talvez um

Até que a morte nos reúna

Essa semana foi a vez da tia Samira. No final das contas, esse negócio de morte é bastante democrático mesmo. Tem para todo mundo. Bom ou mau, bonito ou feio, e assim vai. Minha madrinha, que eu sempre chamei de tia, era na verdade minha tia avó, mas eu nunca via ela dessa maneira. Como o filho mais novo dela tem a minha idade, e eramos muito amigos, unha e carne, para mim ela sempre foi simplesmente a tia Samira. E essa semana ela zarpou. Lutou uns 20 anos contra o câncer. Teimosa e briguenta, deu trabalho para o desgraçado, mas no final ele venceu. A gente acha conforto no fato de que ela descansou, mas vou te falar, foi foda perdê-la. Não que nós nos víssemos muito ultimamente, mas isso é um detalhe pequeno. Pode não parecer muito para quem olha de fora, mas eu amava muito aquela mulher. Por uma sorte danada, ou arranjo do acaso mesmo, nos últimos meses eu a encontrei umas três ou quatro vezes. Tive a chance de levar meus pequenos para ela conhecer, tive a chance de levar um ex