Estou vendo uma pilha de livros aqui no meu escritório. Estão
todos no chão, onde ficarão por anos, ou para sempre. Aliás, essa pilha em
especial me indica que eu vou durar para sempre, mesmo sabendo que não vou. São
cinco livros, 1001 filmes que eu tenho que ver antes de morrer, 1001 discos que
eu tenho que ouvir antes de morrer, 1001 vinhos que eu tenho que tomar antes
morrer, 1001 comidas que eu tenho que experimentar antes de morrer e 501
grandes escritores que eu tenho que ler antes de morrer. O pessoal sabe que a
gente é ruim de leitura e pegou mais leve.
Fiz umas contas aqui, e cheguei à conclusão que não vai dar
nem para ler estes cinco livros antes de morrer, quem dirá fazer tudo o que
eles ordenam. Se a dona morte levar isso ao pé da letra, pronto, achei a
receita da vida eterna. É só comprar dois ou três destes livros. Tudo
resolvido.
Até o final provavelmente vou ter comido, sei lá, um terço
do livro de comidas, bebido uns 10 dos 1001 vinhos, assistido talvez um quinto
dos filmes e lido metade dos autores. A única certeza que eu tenho é que os
1001 discos não me escapam. Virou meta pessoal. Não que seja muito difícil,
pois já devo ter escutado uns 80% deles. Mais fácil ainda por estarmos falando
de uma lista basicamente composta de artista de pop/rock de língua inglesa, o
que casa perfeitamente com minha preferência musical.
De qualquer forma, vou escolher um ou dois dos 1001 que não
me despertem muita curiosidade e vou deixá-los de lado. Sei lá, chame de
superstição. Vai que a morte é ruim de conta.
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