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Mostrando postagens de setembro, 2009

A guerra de Carlão

     - Mari, querida, a partir de hoje quero que você cozinhe o almoço todos os dias. - Tudo bem meu anjo! Carlão venceu batalha. - E vê se aprende a temperar o feijão como a minha mãe. Seu tempero é muito exagerado. - OK. Carlão venceu batalha. - E quero sexo todos os dias. - Tá bom. Se quiser posso trazer uma amiga de vez em quando para não ficar monótono. Carlão venceu a batalha. - Quarta-feira é dia de futebol, você sabe né? Quero salgadinho, cerveja gelada e que você pare com aquela história de fumódromo atrás da casinha do Bidu! Queremos fumar dentro de casa. - Que salgadinho você prefere? Carlão venceu a batalha. - E também... Peraí. E também quero uma Harley com aquelas bolsas de couro nas laterais e guidão alto, tipo Easy Rider, e ... - Tá, agora chega. Carlão! Acorda meu bem, você está sonhando em voz alta de novo e vai acordar o neném. Carlão perdeu a guerra.

Muito Pior

Foi ao despontar do dia 09 de 09 de 09, um dia como outro qualquer, que Francis saiu de casa para trabalhar. Tinha que chegar cedo para resolver quatro ou cinco problemas que não resolveu ontem e que o impedirão de resolver os quatro ou cinco problemas de hoje, que ficarão para amanhã, quando terá que chegar cedo ao trabalho como todo dia. Estava pensando, desde o dia 08 de 08 de 08, a largar o emprego. Chegou no escritório antes da tia do cafezinho, bateu a capa de chuva na parede e pendurou-a no cabideiro. Cumpriu o ritual de chegada e começou a ler as mensagens do correio eletrônico. Lá pela trigésima sétima mensagem, ainda muito antes dos ônibus despejarem as mais de mil pessoas que trabalhavam na sua unidade, escutou um ruído vindo do banheiro. Mais por preocupação do que por curiosidade, foi verificar. A cena foi tão chocante que passou o dia todo balbuciando para quem não quisesse ouvir "Não posso. Não posso pensar na cena que visualizei e que é real." As

Big Lula

Você já leu 1984, de George Orwell (na verdade Eric Arthur Blair disfarçado)? Em tempos de flertes exagerados com a censura, a estatização e a propaganda ininterrupta dos ganhos previstos pela Petrobrás com a descoberta de novos e gigantescos poços de petróleo, as semelhanças são incríveis. Ou melhor, críveis, mas preocupantes. O Brasil poderia ser a Oceania ou qualquer outro dos três superestados intercontinentais criados por Orwell no romance. Lula, se não é o Big Brother, parece ter um aparato ao seu lado digno do temido irmão. E por fim, a Petrobrás. Uma empresa que quebra recorde atrás de recorde e é orgulho nacional, sendo utilizada para propaganda política de reforço do partido do Grande Irmão, com o único objetivo de esconder da sociedade os verdadeiros problemas e garantir a perpetuação no poder. E nós, somos quem? Winston Smith, obviamente. O personagem principal do romance, que se apaixona por Julia e se revolta contra o estado. Leva porrada até ser moldado e se conforma