Natal de 2010. Na verdade antevéspera de Natal, dia 23 de Dezembro. Faz 5 minutos que saí de uma reunião com um fornecedor crítico, que está quase parando a linha de produção de um de nossos clientes. Em mais 25 minutos entro em outra, com outro fornecedor crítico, que está quase parando a linha de produção de outro de nossos clientes.
2010 foi assim, basicamente uma corrida só, em três modalidades. Modalidade número 1, a já mencionada corrida atrás de peças para nossos clientes.
Modalidade número 2, a emocionante corrida atrás do desenvolvimento pessoal. Já contei em outras ocasiões que todos os anos eu me isolo, por dois ou três dias, para fazer uma reflexão do ano que passou, das evoluções conquistadas e do que está por vir. Depois tenho o ano todo para dar os próximos passos. De fato dei muitos passos esse ano, mas sempre correndo contra o relógio. Clichê verdadeiro esse, como todos os clichês.
E finalmente a melhor de todas. A modalidade número 3, corrida com revezamentos e obstáculos atrás do filho. Nosso pequeno aprendeu a correr antes de aprender a andar, e lá vamos nós atrás dele, revezando, minha esposa e eu, e saltando os brinquedos espalhados pela casa.
Se somar o tempo gasto em todas as três modalidades com o pouco tempo de sono disponível, o ano acaba rapidinho. E quando você acorda, já é Natal. Como não sou religioso, Natal para mim é época de trocar presentes e ficar deprimido com as pessoas avulsas nas ruas da cidade, andando sem destino e com a maior pinta de que vão passar a noite sós. Ninguém deveria passar o Natal só. Ponto.
Amanhã, quando estiver com minha querida e meu pequeno na casa dos meus pais, provavelmente terei em apenas uma noite o resumo do que foi este ano. As três modalidades estarão lá. A corrida atrás de peças é garantida, pois estarei acompanhando um caminhão crítico que tem que cruzar a fronteira com a Argentina no final de semana para não parar a produção na segunda-feira. A corrida atrás do pequeno é mais do que garantida, só que com mais gente para revezar e com novos obstáculos, que ele terá acabado de desembrulhar.
Resta saber como fica a corrida do desenvolvimento pessoal. Um dos pontos que coloquei para meu plano de 2010, e que não consegui tirar do papel, foi desenvolver um pouco o meu lado espiritual, que hoje tem a altura de um anão de jardim. Rezar não significa muita coisa para quem nunca o faz, e no meu caso a emenda fica pior do que o soneto. Não consigo me livrar da sensação de que estou trapaceando toda vez que tento rezar. Ajudar aquele avulso sem destino também não parece uma boa idéia. Além do risco enorme de dar uma bola fora, esse tipo de ajuda não necessariamente significa que você atingiu um nível espiritual qualquer. Na verdade, geralmente significa o contrário. Acho que o negócio vai ser apostar no básico. No simples. Quando der meia noite, vou puxar minha querida e meu pequeno num canto, dar um abraço gigante nos dois, um beijo maior ainda, e é isso. Não consigo pensar em nada que chegue mais perto do que entendo por paraíso. Essa é a minha religião.
2010 foi assim, basicamente uma corrida só, em três modalidades. Modalidade número 1, a já mencionada corrida atrás de peças para nossos clientes.
Modalidade número 2, a emocionante corrida atrás do desenvolvimento pessoal. Já contei em outras ocasiões que todos os anos eu me isolo, por dois ou três dias, para fazer uma reflexão do ano que passou, das evoluções conquistadas e do que está por vir. Depois tenho o ano todo para dar os próximos passos. De fato dei muitos passos esse ano, mas sempre correndo contra o relógio. Clichê verdadeiro esse, como todos os clichês.
E finalmente a melhor de todas. A modalidade número 3, corrida com revezamentos e obstáculos atrás do filho. Nosso pequeno aprendeu a correr antes de aprender a andar, e lá vamos nós atrás dele, revezando, minha esposa e eu, e saltando os brinquedos espalhados pela casa.
Se somar o tempo gasto em todas as três modalidades com o pouco tempo de sono disponível, o ano acaba rapidinho. E quando você acorda, já é Natal. Como não sou religioso, Natal para mim é época de trocar presentes e ficar deprimido com as pessoas avulsas nas ruas da cidade, andando sem destino e com a maior pinta de que vão passar a noite sós. Ninguém deveria passar o Natal só. Ponto.
Amanhã, quando estiver com minha querida e meu pequeno na casa dos meus pais, provavelmente terei em apenas uma noite o resumo do que foi este ano. As três modalidades estarão lá. A corrida atrás de peças é garantida, pois estarei acompanhando um caminhão crítico que tem que cruzar a fronteira com a Argentina no final de semana para não parar a produção na segunda-feira. A corrida atrás do pequeno é mais do que garantida, só que com mais gente para revezar e com novos obstáculos, que ele terá acabado de desembrulhar.
Resta saber como fica a corrida do desenvolvimento pessoal. Um dos pontos que coloquei para meu plano de 2010, e que não consegui tirar do papel, foi desenvolver um pouco o meu lado espiritual, que hoje tem a altura de um anão de jardim. Rezar não significa muita coisa para quem nunca o faz, e no meu caso a emenda fica pior do que o soneto. Não consigo me livrar da sensação de que estou trapaceando toda vez que tento rezar. Ajudar aquele avulso sem destino também não parece uma boa idéia. Além do risco enorme de dar uma bola fora, esse tipo de ajuda não necessariamente significa que você atingiu um nível espiritual qualquer. Na verdade, geralmente significa o contrário. Acho que o negócio vai ser apostar no básico. No simples. Quando der meia noite, vou puxar minha querida e meu pequeno num canto, dar um abraço gigante nos dois, um beijo maior ainda, e é isso. Não consigo pensar em nada que chegue mais perto do que entendo por paraíso. Essa é a minha religião.
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