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Knocking on the HEAVEN'S door

Morreu por culpa do cigarro. Foi para cama bêbado com o cigarro aceso entre os dedos e com o colchão em chamas bateu as botas, que no caso eram Nikes pretos.

Quando chegou ao céu ainda não tinha se dado conta do que houvera. O porteiro, um anjo iniciante recém promovido, aproveitou para tirar um sarrinho. Afinal, o povo do céu também tem senso de humor. Pegou uma ficha azul improvisada e perguntou:

- Nome e telefone, por favor.

- João Alceu. 3226-XXXX – preservamos aqui a privacidade de João.

- Bem vindo seu João! São 20 reais de consumação – e começou a revistar o recém-tostado.

- É sua primeira vez aqui na casa? – continuou o anfitrião.

- Hum... Para falar a verdade, nem sei onde estou, nem como vim parar aqui. Estou meio alto, sabe?

- Não tem problema, vamos ter que fazer um cadastro rápido – riu sozinho pois o conceito de velocidade no céu fica distorcido com a premissa da eternidade.

- Afinal, não estou vendo nenhuma placa por aqui, como é o nome desse lugar?

- HEAVEN! – esnobou o anjo engraçadão.

- Uau! E a mulherada? Tá bombando?

Demorou a responder, lembrando do seu tempo de encarnado e das várias garotas que tivera. Nunca mais brincou com os calouros. Tem coisa que não vale a pena correr o risco de lembrar.

Comentários

Adoro o lado mais cômico dos teus textos! Bem legal!!
Maria Ercília disse…
Ops! Texto com humor! Fiquei surpresa e confesso: adorei!!

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História de fim de dia

O pai chegou em casa cedo naquele dia. O pequeno estava na sala, com alguns amigos que tinham vindo com ele do colégio para brincar de videogame. A mais velha estava no quarto, com alguns amigos que não tinham vindo com ela do colégio, batendo papos virtuais. A mãe estava no banho. O cachorro em todos os lugares. Chovia lá fora. Como as crianças já estavam cansando de matar monstros e fazer curvas impossíveis, o pai resolveu contar uma história. Atividade antiquada essa de contar histórias, com a TV desligada, onde já se viu. Mas não demorou muito para o pequeno e seus pequenos colegas vidrarem seus pequenos olhos no pai, mal respirando. Era sobre um ser que viveu aqui por essas paradas, há muito tempo. Um ser verdadeiramente iluminado. Apesar de não ser humano, era amigo de todos. Cada vez que ele aparecia para uma visita, nem que fosse breve, todos se alegravam. Ele inspirava planos, sonhos, música. Enquanto o pai contava, a filha mais velha se juntou à gangue. Ouviu o silêncio

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Sem Planos

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