Ele está perdido, completamente perdido. Coitado, o que foi que fizeram com ele. Deram-no a majestade, mas tiraram-no o reino. Pobre homem. Quem? Como assim, vocês o conhecem, não tenho dúvidas. Ele está por aí, é só ver. Pobre homem. Continua mandando, continua pomposo, ainda pede reverência e fala só, à mesa de almoço. Manda em tudo, mesmo tudo sendo quase nada. Perdeu o reino, mas ainda é rei. Pobre homem. Mais pobre de nós, pessoas com rei, sem reino e felizes.
Como ser humano assumida e eternamente perplexo com a grandeza e as maravilhas do oceano, sempre percebo quando estou diante de um semelhante. Nós, os Seagazers , somos facilmente reconhecíveis. É só prestar atenção aos braços largados ao lado do corpo (ou as mãos dadas atrás das costas, uma variação que, à exceção do físico prejudicado e do fato de não usarmos sungas vermelhas, pode faze-lo nos confundir com salva-vidas prontos para a ação), ao olhar fixo no horizonte oceânico, às pernas um pouco espaçadas e a uma leve inclinação a sair nadando até desaparecer. No meu caso específico – pois não sou um porta-voz da nossa espécie, ou algo do tipo – se tiver um par de fones brancos no ouvido, com, por exemplo, Stargazer (um tipo mais conhecido mas não menos esquisito de Gazer ) do Mother Love Bone tocando, ainda melhor. Pode ser também a Oceans do Pearl Jam . Hoje, curtindo o último dia de férias na praia, descobri um novo membro do nosso seleto grupo de lunáticos. Meu filho. Ele te...
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