A não ser que a chuva parasse, Martinha ficaria em casa curtindo a sessão da tarde. Ela odeia a chuva, não porque molha, mas porque tolhe. Gosta de movimento, de ter as mãos livres, de entrar e sair, e na chuva não dá. O fato é que seu enclausuramento não durou meia hora. Era algum Duro de Matar que passava, se não estou enganado o segundo, e ela tinha acabado de se esticar no sofá quando o celular tocou. Seu irmão Arnaldo a chamava de emergência, havia se envolvido em um acidente de automóvel. Martinha pegou a jaqueta, a sombrinha de bolinhas que quase nunca usa e saiu correndo. Arnaldo era bem mais novo, e como não tinham mais os pais, Martinha cuidava dele.
Saiu se reclamando, pisando forte nas poças d´água até chegar ao seu carro, que estava estacionado uma quadra para baixo. Não tinha garagem onde morava. Martinha tinha um Fiat Oggi zerinho , com o qual ensinara Arnaldo a dirigir. Entrou no carro e saiu cantando os pneus. Ou eu imaginei assim, pois não tenho certeza se o Oggi cantava os pneus. De qualquer forma, se não cantou os pneus, xingou o Arnaldo. Levou quinze minutos para chegar ao local, no cruzamento da Sete de Setembro com a Voluntários da Pátria.
Reproduzo o diálogo travado no encontro de Martinha com seu irmão, que representa o ocorrido muito melhor do que minhas palavras:
- Burro! Idiota! Sabe quanto vai custar para arrumar isso?
- Pô Martinha, você nem pergunta se estou bem?
- Claro que está, mas por pouco tempo, venha cá para eu te dar uns tapas!!!!
- Calma mana, calma, não foi culpa minha.
- Não venha com essa história de mana prá cima de mim, como é que você fez isto?
- Já falei, não foi culpa minha, não sei como aconteceu.
- Como não sabe? Tá bêbado?
- Não, estava indo para a aula de TGA quando ele apareceu na minha frente.
- Ele quem?
- Aquele cara ali, um louco, parece até que estava perseguindo alguém.
Nessa hora Martinha já estava vermelha, bufando, quando deu um grito:
- Ei você! Vem cá.
Um homem, careca, cara de polícia, com a testa cortada, sangrando um pouco, com sotaque americano forte veio até ela:
- Yeah. Posso ajuda-la?!?!? (Repare a falta de acentos, o que prova que ele era americano)
- Ah meu Deus, era só o que me faltava, um gringo.
- Gringo? O que e isto?
- Esquece. Você está louco, dirigir desse jeito. Vai ter que pagar o carro do meu irmão, já vou avisando. E dê graças a Deus que não aconteceu nada.
- Não se preocupe darling, vou pagar tudo o que for necessario!!! E antes que eu esquecer, eu não estar louco.
- Tudo bem, então vamos ao que interessa. Deixe eu anotar seus dados, depois eu mando a conta.
- OK, mas vamos logo com isso, eu estar com um pressa dos diabos.
- Qual o telefone?
- Cinco six nine oito nove nine seis eight
- E o nome?
- John McLane.
Martinha deu um pulo do sofá. Já era noite e a chuva tinha passado. Que maluquice, que sonho real. Ligou para o Arnaldo para saber como estava. Tudo bem, tinha saído da aula e ido para o bar com os amigos. Ela nem se atreveu a perguntar que amigos.
Saiu se reclamando, pisando forte nas poças d´água até chegar ao seu carro, que estava estacionado uma quadra para baixo. Não tinha garagem onde morava. Martinha tinha um Fiat Oggi zerinho , com o qual ensinara Arnaldo a dirigir. Entrou no carro e saiu cantando os pneus. Ou eu imaginei assim, pois não tenho certeza se o Oggi cantava os pneus. De qualquer forma, se não cantou os pneus, xingou o Arnaldo. Levou quinze minutos para chegar ao local, no cruzamento da Sete de Setembro com a Voluntários da Pátria.
Reproduzo o diálogo travado no encontro de Martinha com seu irmão, que representa o ocorrido muito melhor do que minhas palavras:
- Burro! Idiota! Sabe quanto vai custar para arrumar isso?
- Pô Martinha, você nem pergunta se estou bem?
- Claro que está, mas por pouco tempo, venha cá para eu te dar uns tapas!!!!
- Calma mana, calma, não foi culpa minha.
- Não venha com essa história de mana prá cima de mim, como é que você fez isto?
- Já falei, não foi culpa minha, não sei como aconteceu.
- Como não sabe? Tá bêbado?
- Não, estava indo para a aula de TGA quando ele apareceu na minha frente.
- Ele quem?
- Aquele cara ali, um louco, parece até que estava perseguindo alguém.
Nessa hora Martinha já estava vermelha, bufando, quando deu um grito:
- Ei você! Vem cá.
Um homem, careca, cara de polícia, com a testa cortada, sangrando um pouco, com sotaque americano forte veio até ela:
- Yeah. Posso ajuda-la?!?!? (Repare a falta de acentos, o que prova que ele era americano)
- Ah meu Deus, era só o que me faltava, um gringo.
- Gringo? O que e isto?
- Esquece. Você está louco, dirigir desse jeito. Vai ter que pagar o carro do meu irmão, já vou avisando. E dê graças a Deus que não aconteceu nada.
- Não se preocupe darling, vou pagar tudo o que for necessario!!! E antes que eu esquecer, eu não estar louco.
- Tudo bem, então vamos ao que interessa. Deixe eu anotar seus dados, depois eu mando a conta.
- OK, mas vamos logo com isso, eu estar com um pressa dos diabos.
- Qual o telefone?
- Cinco six nine oito nove nine seis eight
- E o nome?
- John McLane.
Martinha deu um pulo do sofá. Já era noite e a chuva tinha passado. Que maluquice, que sonho real. Ligou para o Arnaldo para saber como estava. Tudo bem, tinha saído da aula e ido para o bar com os amigos. Ela nem se atreveu a perguntar que amigos.
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