Seguindo os passos dos irmãos, quando tinha dezenove anos resolveu vir viver no Brasil. Desembarcou em Santos, no início do século passado, com poucas libras no bolso, menos ainda palavras em português no vocabulário, e uma vontade enorme de vencer na vida. Sua primeira aquisição, assim que desembarcou do navio, foi um cacho de bananas, que na Síria era artigo de luxo, e aqui estava a preço de tâmaras. É claro que depois de várias horas de trem, quando chegou ao seu destino final no interior do Paraná, as bananas estavam podres. Sua tristeza durou pouco quando descobriu que lá o preço era o mesmo.
Apesar do sangue de mascate, veio de Homs como ourives, e ainda não sabia muito bem o que faria por estas paradas. Só tinha com ele algumas peças que havia confeccionado para trazer de presente e algumas receitas para quando a saudades apertasse. Encontrou seus irmãos assim que chegou na cidade. Já eram três da tarde, e todos ainda estavam sentados em volta da mesa, comendo halawet al-jubn de sobremesa, depois de terem saboreado um belo prato de beitenjan mehshi, as deliciosas berinjelas recheadas, ambos pratos dos mais famosos de Homs. Por enquanto não tinha dado uma bola dentro, tanto as bananas quanto as receitas eram dispensáveis. Já as haviam trazido.
Logo foi apresentado a vários sírios e libaneses, de cidades como Damasco, Allepo, Beirute entre outras, que também vieram tentar a sorte longe de casa. Logo também começou a vislumbrar a possibilidade de fazer algum dinheiro. Ao invés de presentear os parentes, vendeu as peças que trouxe na bagagem e com o pouco dinheiro que conseguiu comprou uma carroça e artigos de costura. Com ajuda dos amigos árabes que começava a fazer, saiu de porta em porta, na sua nova cidade e em outras vizinhas, vendendo. Logo conseguiu juntar algum dinheiro, que usou para comprar mais mercadorias, e ganhar mais dinheiro. Com os anos, associou-se aos irmãos, trocou a carroça por uma rural, comprou terrenos e abriu uma loja. O negócio de artigos de costura foi apenas uma alavanca para a compra de cada vez mais terrenos, que depois viraram prédios e lojas, e assim construiu sua fortuna.
No meio desta história toda, teve a sorte de construir outra, a de sua família. Casou-se com uma moça da comunidade árabe, a qual amou desde o primeiro olhar. Quem os conhece hoje, setenta anos depois, afirma que o amor só aumentou desde então. Dedica a sua amada uma devoção de fazer inveja às moças dos dias de hoje. Tiveram um filho e três filhas, todos com uma veia artística que só pode ser herança de seus tempos de ourives. Encara a vida como se nunca fosse nos deixar, com uma vontade enorme de continuar crescendo, comprando, criando e negociando, como no dia em que comprou seu primeiro cacho de bananas.
Apesar do sangue de mascate, veio de Homs como ourives, e ainda não sabia muito bem o que faria por estas paradas. Só tinha com ele algumas peças que havia confeccionado para trazer de presente e algumas receitas para quando a saudades apertasse. Encontrou seus irmãos assim que chegou na cidade. Já eram três da tarde, e todos ainda estavam sentados em volta da mesa, comendo halawet al-jubn de sobremesa, depois de terem saboreado um belo prato de beitenjan mehshi, as deliciosas berinjelas recheadas, ambos pratos dos mais famosos de Homs. Por enquanto não tinha dado uma bola dentro, tanto as bananas quanto as receitas eram dispensáveis. Já as haviam trazido.
Logo foi apresentado a vários sírios e libaneses, de cidades como Damasco, Allepo, Beirute entre outras, que também vieram tentar a sorte longe de casa. Logo também começou a vislumbrar a possibilidade de fazer algum dinheiro. Ao invés de presentear os parentes, vendeu as peças que trouxe na bagagem e com o pouco dinheiro que conseguiu comprou uma carroça e artigos de costura. Com ajuda dos amigos árabes que começava a fazer, saiu de porta em porta, na sua nova cidade e em outras vizinhas, vendendo. Logo conseguiu juntar algum dinheiro, que usou para comprar mais mercadorias, e ganhar mais dinheiro. Com os anos, associou-se aos irmãos, trocou a carroça por uma rural, comprou terrenos e abriu uma loja. O negócio de artigos de costura foi apenas uma alavanca para a compra de cada vez mais terrenos, que depois viraram prédios e lojas, e assim construiu sua fortuna.
No meio desta história toda, teve a sorte de construir outra, a de sua família. Casou-se com uma moça da comunidade árabe, a qual amou desde o primeiro olhar. Quem os conhece hoje, setenta anos depois, afirma que o amor só aumentou desde então. Dedica a sua amada uma devoção de fazer inveja às moças dos dias de hoje. Tiveram um filho e três filhas, todos com uma veia artística que só pode ser herança de seus tempos de ourives. Encara a vida como se nunca fosse nos deixar, com uma vontade enorme de continuar crescendo, comprando, criando e negociando, como no dia em que comprou seu primeiro cacho de bananas.
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Beijo!