Black é uma balada descomunal. Umas das últimas grandes do rock. Lançada no início dos anos 90, localizada no meio do “classic album” Ten do Pearl Jam, é uma música que fala sobre a dor de não poder ter quem você ama. Tema adolescente – ou pelo menos gosto de pensar assim – retratado de forma adulta e sensível. A música acompanha as letras nesta dicotomia. Forte e decidia, é ao mesmo tempo chorosa e cheia de esperança.
É a primeira – e uma das últimas – vez que o canto chorado de Eddie Veder soa autentico e emocionante. Como sempre com as letras dele, fica difícil saber exatamente sobre o que está cantando, bem como entender todas as palavras, mas isso não importa muito. Você sente que é real. Nas primeiras versões ao vivo da música, lá pelo final, quando a guitarra já está arrematando a cancão, um “We belong togheter” surge repetidamente, em tom de desespero. A letra original não tem esta parte. Adoro estas versões justamente porque este desespero final manda às favas toda a poesia e a fake-maturidade do resto da música. É como se ele estivesse dizendo “Ah, sabe do que? Foda-se isso tudo. Volta prá mim peamordedeus.” Muito bom.
Poética ou literal, forte ou melosa, sincera ou fabricada, black é uma balada daquelas. De fazer você querer tirar uma casquinha com sua ficada/namorada/noiva/esposa/... enquanto cantam juntos o tchururu do final. E é isso o que importa no final das contas. É para isso que o rock – e especialmente suas baladas – existem. Fica apenas a pergunta: por onde andam as grandes baladas do rock?
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