Minha família é um resumo bem humorado do mundo das artes. Tenho tio escultor, pintor, chef de cousine, arquiteto e comediante. Alguns profissionais, outros amadores, mas todos com grandes feitos.
Tio Joaquim, por exemplo, um puta artista plástico. Nunca vou esquecer a pilha de latas de cerveja que ele fez no verão de 87 em Camboriú. Entrou para a história com seus 27 andares de “Antarcticas” de ferro tentando se equilibrar debaixo daquele sol absurdo de janeiro. Na época em que só janeiro tinha sóis absurdos.
Tem também a tia Amélia, grande arquiteta. Aprontamos várias juntos, pois ela tem quase a minha idade, ou eu tenho quase a idade dela, já que ela chegou primeiro. Já fugimos de casa, já roubamos o carro de meu pai para passear, já fizemos de tudo. Era sempre ela quem arquitetava. Ah que saudades da tia Amélia, aquilo é que era arquiteta de verdade.
E a lista só vai crescendo. Tio Jonas, com sua original imitação de Silvio Santos, um rei das artes cênicas. Tia Juliana e sua famosa receita de ovo frito, uma verdadeira chef gourmet. Mas o mais impressionante, o inigualável, a jóia da família era o tio Ricardo. Irmão mais velho de minha mãe, tio Ricardo era considerado por toda a vizinhança o melhor ventríloquo da região. A maior proeza dele foi fazer um papagaio falar. Alguns maldosos dizem que foi o papagaio mesmo que falou, como se papagaio falasse, mas o tio jura que foi ele.
Apesar da pouca idade, e de já falar bonito naquela época, eu não tinha a menor idéia do que seria um ventríloquo. Na verdade eu fazia uma confusão danada com as palavras e as letras de músicas naquele tempo. Eu achava legal o fato do tio Ricardo fazer todos aqueles sons sem mexer a boca, parecendo que não era ele quem estava falando. Mas quando diziam que ele era ventríloquo, achava que tinha ver com a fama dele de brigão. Quando um colega de escola, com o dobro do meu tamanho, quis roubar meu lanche, soltei a frase que me faria famoso por muitos anos, "Não vou tolerar esse tipo de agressão, ainda mais levando em conta que meu tio é ventríloquo".
Foi com esta frase, e mais algumas pérolas lançadas ao longo dos anos, que segui o rumo artístico da família. Nascia ali um grande impostor.
Tio Joaquim, por exemplo, um puta artista plástico. Nunca vou esquecer a pilha de latas de cerveja que ele fez no verão de 87 em Camboriú. Entrou para a história com seus 27 andares de “Antarcticas” de ferro tentando se equilibrar debaixo daquele sol absurdo de janeiro. Na época em que só janeiro tinha sóis absurdos.
Tem também a tia Amélia, grande arquiteta. Aprontamos várias juntos, pois ela tem quase a minha idade, ou eu tenho quase a idade dela, já que ela chegou primeiro. Já fugimos de casa, já roubamos o carro de meu pai para passear, já fizemos de tudo. Era sempre ela quem arquitetava. Ah que saudades da tia Amélia, aquilo é que era arquiteta de verdade.
E a lista só vai crescendo. Tio Jonas, com sua original imitação de Silvio Santos, um rei das artes cênicas. Tia Juliana e sua famosa receita de ovo frito, uma verdadeira chef gourmet. Mas o mais impressionante, o inigualável, a jóia da família era o tio Ricardo. Irmão mais velho de minha mãe, tio Ricardo era considerado por toda a vizinhança o melhor ventríloquo da região. A maior proeza dele foi fazer um papagaio falar. Alguns maldosos dizem que foi o papagaio mesmo que falou, como se papagaio falasse, mas o tio jura que foi ele.
Apesar da pouca idade, e de já falar bonito naquela época, eu não tinha a menor idéia do que seria um ventríloquo. Na verdade eu fazia uma confusão danada com as palavras e as letras de músicas naquele tempo. Eu achava legal o fato do tio Ricardo fazer todos aqueles sons sem mexer a boca, parecendo que não era ele quem estava falando. Mas quando diziam que ele era ventríloquo, achava que tinha ver com a fama dele de brigão. Quando um colega de escola, com o dobro do meu tamanho, quis roubar meu lanche, soltei a frase que me faria famoso por muitos anos, "Não vou tolerar esse tipo de agressão, ainda mais levando em conta que meu tio é ventríloquo".
Foi com esta frase, e mais algumas pérolas lançadas ao longo dos anos, que segui o rumo artístico da família. Nascia ali um grande impostor.
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