“Tudo depende da primeira frase. Você tem que pensar primeiro no final da história, depois desenvolve o resto. Escreva a primeira versão com o coração, depois a revise com o cérebro. Crie uma rotina e escreva todos os dias, pelo menos uma frase por dia. Você deve criar um perfil detalhado de cada personagem, escrever um ensaio sobre cada um deles. Já tentou usar o mind map para criar a história? E o método Snow Flake?”
Se você, como é o meu caso, está na batalha para escrever seu primeiro livro, é inevitável topar com um ou mais dos conselhos acima. Para começar a história, se “tudo depende da primeira frase”, para que perder tempo com o resto? Faz a primeira frase e a publica. Pronto! O Millôr já sacou este lance há muito tempo. Outra, se “tudo depende da primeira frase” e você, teimoso que é, insiste em escrever o livro inteiro, por que preocupar-se com as outras dicas? A primeira frase já resolveu o negócio, o resto serve apenas para que o teu ego pare de te aporrinhar por uns dias e para contribuir com o desmatamento (caso te publiquem, é claro, o que a esta altura está ficando cada vez mais difícil).
Ah, os conselhos! Dizem que se fossem bons, ninguém os daria. Eu digo que se tivessem à venda, ninguém os compraria.
Mas tudo bem. No desespero, já tentei aplicar todos eles (menos esse negócio de Snow Flake, que para mim tem cheiro de culto religioso). Se não serviram para muita coisa, pelo menos me fizeram escrever mais ainda, o que para mim está ótimo.
O livro continua devagar. O blog, a julgar pela sua audiência, também. Mas a primeira frase está lá. E é ela que vale.
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