Didi, Dodô, Dadá, Dedé e Dudu, ninguém acredita, eram melhores amigos no colégio. Viviam discutindo sobre o que fariam no futuro. Menos o Dudu, ou Carlos Eduardo, como sua mãe tinha escolhido. Didi e Dedé queriam montar um time de futebol, Dodô e Dadá queriam lançar uma revista de piadas. Nem tudo é tão óbvio quanto parece. Dudu queria fumar maconha. A discussão foi acalorada e levou horas. Dudu não abriu a boca, mas ganhou a discussão quando acendeu o primeiro baseado, artesanalmente enrolado enquanto os outros quatro discutiam. Isso foi alguns anos antes de Didi, Dodô, Dadá e Dedé se tornarem (ou voltarem a ser) Alexandre, Oswaldo, Rivadávia e André. Dudu continuaria sendo Dudu por mais um tempo.
Quando a maconha passou de hobbie para um negócio mais sério, Dudu do Bequi (um dos 36 apelidos do Carlos Eduardo, ou 35 de Dudu dependendo da perspectiva), as encrencas começaram a aparecer. E ele era sempre socorrido pelos outros quatro, agora sócios em uma firma de advocacia, depois que descobriram que não sabiam jogar bola e que a primeira edição da “Chorar de Rir” vendeu apenas oito exemplares, cumprindo apenas a primeira parte do que o nome prometia. Por mais reuniões que fizessem no Bar do Jango para convencer o amigo a largar o negócio, Pacau (outra variação do Dudu) não desistia. Até mesmo porque, a esta altura do campeonato, estava mais rico do que os quatro juntos.
Falaram que se ele não parasse, iriam parar de defendê-lo. Falaram isso umas 7 vezes até cumprirem a promessa. Bob Marley (faltam só 32 apelidos agora, mas a história acaba antes disso, não preocupa) não se abalou, achou outros advogados com ainda menos escrúpulos, e tocou a vida.
Um dia Dodô, quer dizer, Oswaldo entrou gritando no escritório com o jornal na mão. Era algum tipo de vingança por uma discussão sobre quem era o dono de alguns pontos de venda. Carlos Eduardo foi pro vinagre. Seu enterro estava lotado. Bandido tem mais amigos do que se pode imaginar. Sua mãe estava lá, os quatro DDs também. Houve um princípio de confusão quando cada pequeno grupo de presentes começou a lamentar por um Carlos Eduardo diferente. Dedé, Dada, Didi e Dodô acalmaram os ânimos. Sabiam que, não interessa o nome, na origem todos são iguais.
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