Quando vejo minha esposa se transformando em 1000 para cuidar do nosso pequeno e percebo o prazer que ela sente ao fazê-lo, mesmo quando não sente mais as pernas e os braços, não sabe mais que dia da semana é e às vezes esquece meu nome, não consigo evitar de imaginar minha mãe cuidando de três pequenos ao mesmo tempo. Nos últimos dias tenho feito um enorme esforço mental para lembrar da minha "velha" naquela época, mas minha memória não me tem ajudado muito neste caso.
Toda vez que tento, consigo lembrar apenas da amiga e ao invés da mãe. Lembro da amiga que me deu uma força enorme nos dias do vestibular para engenharia. Lembro da amiga e companheira de viagem, quando saí do país pela primeira vez, entrei num avião pela primeira vez e nos apavoramos juntos em uma aterrisagem acrobática em Nice pela primeira (e se Deus quiser última) vez. Da amiga que com muito tato me convenceu a telefonar para a garota pela qual nutri um amor platônico de quase um ano, e que acabou assim que desliguei o telefone. E que acompanha cada conquista minha e também cada percalço que encontro, com seu interesse genuíno, low-profile e confortante. Enfim, uma verdadeira amiga, cuja principal característica é a transparência. É praticamente impossível vê-la fingindo que gosta de alguém que de verdade não goste, ou vê-la tentando esvaziar um problema que todos sabem que está lá. Em um mundo onde tentamos ser quem não somos, ter uma amiga como esta é um baita privilégio.
Se ainda por cima ela é tua mãe e faz um bacalhau com ovos, batatas e azeitonas pretas de lamber os beiços, daí meu amigo leitor, não há competição. Lamento muito.
Toda vez que tento, consigo lembrar apenas da amiga e ao invés da mãe. Lembro da amiga que me deu uma força enorme nos dias do vestibular para engenharia. Lembro da amiga e companheira de viagem, quando saí do país pela primeira vez, entrei num avião pela primeira vez e nos apavoramos juntos em uma aterrisagem acrobática em Nice pela primeira (e se Deus quiser última) vez. Da amiga que com muito tato me convenceu a telefonar para a garota pela qual nutri um amor platônico de quase um ano, e que acabou assim que desliguei o telefone. E que acompanha cada conquista minha e também cada percalço que encontro, com seu interesse genuíno, low-profile e confortante. Enfim, uma verdadeira amiga, cuja principal característica é a transparência. É praticamente impossível vê-la fingindo que gosta de alguém que de verdade não goste, ou vê-la tentando esvaziar um problema que todos sabem que está lá. Em um mundo onde tentamos ser quem não somos, ter uma amiga como esta é um baita privilégio.
Se ainda por cima ela é tua mãe e faz um bacalhau com ovos, batatas e azeitonas pretas de lamber os beiços, daí meu amigo leitor, não há competição. Lamento muito.
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Beijos!