Quando os acordes de Smeels Like Teen Spirit voltaram as atenções do mundo para Seattle, o rock estava salvo de mais uma de suas mortes anunciadas. O termo grunge já estava sendo usado para definir o “som de Seattle” muito antes do hino do Nirvana explodir em repetidas aparições na MTV, mas foi à partir deste momento que este novo gênero musical – que na verdade de novo não tinha nada, a não ser pela habilidade de trazer para o indie rock elementos do punk e do metal – ganhou o mainstream. Além de grandes bandas e excelentes canções, o pessoal do coturno, calças jeans rasgadas no joelho e camisas de flanela xadrez tipo lenhador deixou um legado menos comentado ao longo dos anos. Surgiram daquelas terras frias e chuvosas alguns dos melhores vocalistas de rock dos nossos tempos. Eddie Vedder, do Pearl Jam, é o mais óbvio e menos unanime de todos, mas outros dois, Mark Lanegan e Chris Cornell, são o que de melhor surgiu em Seattle em termos de gogó. Lanegan nos emociona com seu vozeirão
"A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la" Gabriel García Márquez