Seguindo os passos dos irmãos, quando tinha dezenove anos resolveu vir viver no Brasil. Desembarcou em Santos, no início do século passado, com poucas libras no bolso, menos ainda palavras em português no vocabulário, e uma vontade enorme de vencer na vida. Sua primeira aquisição, assim que desembarcou do navio, foi um cacho de bananas, que na Síria era artigo de luxo, e aqui estava a preço de tâmaras. É claro que depois de várias horas de trem, quando chegou ao seu destino final no interior do Paraná, as bananas estavam podres. Sua tristeza durou pouco quando descobriu que lá o preço era o mesmo. Apesar do sangue de mascate, veio de Homs como ourives, e ainda não sabia muito bem o que faria por estas paradas. Só tinha com ele algumas peças que havia confeccionado para trazer de presente e algumas receitas para quando a saudades apertasse. Encontrou seus irmãos assim que chegou na cidade. Já eram três da tarde, e todos ainda estavam sentados em volta da mesa, comendo halawet al-jubn d
"A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la" Gabriel García Márquez