Acordou muito cedo, mais que o de costume, tomou os remédios, deu comida para o peixe, catou o casaco, a mochila com o notebook, desligou o alarme e foi. No caminho, escutando Pinkerton, do Weezer, perguntou-se porque tem o peixe. Quase não olha para ele, fica meio escondido na cozinha, como se estivesse sempre na iminência de virar um petisco para acompanhar seu single malt noturno diário, não serve para nada. Mas ele gosta do peixe, que na falta de um nome melhor chamou Peixoto. Mais para Caubi do que para o Marechal, Peixoto é um beta exibido, colorido e inútil. Pensaria depois o que fazer com o peixe, sendo a opção mais provável não fazer nada. Uns 40 quilômetros já avançados no caminho da Universidade deu-se conta de que não sabia o que ia falar na aula. Isso acontecia todos os dias e, como morava no interior de lugar algum, 120 quilômetros longe da sala de aula onde passava seus dias, sempre tinha tempo de preparar mentalmente o esqueleto da aula, que desenvolveria de
"A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la" Gabriel García Márquez