Somente depois de várias horas conseguiu relaxar completamente. Não era a primeira vez em Paris, mas desta vez as coisas seriam diferentes. Sabia que tinha que fazer o check-in no hotel e sair correndo. Não havia muito tempo para descansar, e nem queria, tinha que resolver a situação de uma vez por todas. Esperara sete anos por esta oportunidade. Pegou o mapa do metrô na recepção do hotel e viu que era exatamente o mesmo mapa de sete anos atrás. Desenhou mentalmente a rota e saiu correndo. Estava sujo, sem dormir e com a dor de cabeça que sempre tinha quando bebia no avião, não importava, sua missão era mais importante. Subiu correndo as escadas da estação Cambronne, desceu na Trocadero, correu para pegar o segundo trem, passou vergonha quando teve que pular para dentro enquanto a porta fechava. Fez cara de turista bobo para não deixar dúvidas e sentou no banquinho retrátil da porta traseira do vagão. Esta segunda perna da viagem era bem mais longa, com umas oito ou nove estações
"A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la" Gabriel García Márquez